1 de nov. de 2011

Daniela Mercury



Daniela Mercury

Foto: Mário Luiz Thompson

Daniela Mercury foi o primeiro fenômeno baiano a estourar em todo o Brasil. Branca, bonita, talentosa e com swing, era o perfil perfeito para abrir as portas de um mercado fonográfico extremamente competitivo e controlado. Ela é cria da noite. Durante muito tempo era possível vê-la cantando nos bares de Salvador. Nesta época cantava o melhor da MPB tradicional e já tinha um público cativo e fiel.

Seu ingresso pelo axé foi somente uma continuação do seu caminho musical. Era a oportunidade de juntar seus talentos como cantora com seus dons de dançarina. Era a oportunidade de manter contato com um número muito maior de pessoas, uma forma se misturar ainda mais com a alma baiana, de voar ainda mais alto. Surgia assim uma estrela que trazia para o resto do Brasil a marca da energia baiana. Trazia uma produção grandiosa, cuidadosamente preparada, com espaço para dançarinos, uma banda grande e capacitada, uma equipe técnica de respeito... Talvez seja essa sua grande participação no mundo dos shows. Montar um espetáculo onde outros sentidos além do da audição sejam estimulados. Um show em que você vai para dançar, para cantar e sobretudo, para ter o gosto de ver um trabalho muito bem acabado, muito bem dirigido. Hoje já não está mais no topo das paradas de sucesso. O grande boom Daniela Mercury já passou, mas não deixou de ser uma referência quando se fala de axé music. É um dos maiores nomes da música baiana e por que não dizer,
nacional.

Nos últimos CDs gravados já se percebe uma necessidade de mostrar seu trabalho como compositora e a influência dos outros ritmos na sua formação musical. Não era nem cabível esperar que ficasse eternamente na mesma praia em que se firmou. A necessidade de transmutar aqui também existe. Neste novo momento é necessário ter paciência para ver onde este barco vai atracar.

Tatiana Rocha

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