1 de nov. de 2011

Elba Ramalho


Elba Ramalho

Foto: Mário Luiz Thompson

No final dos anos 70, o nordeste explodiu sua música para o Brasil inteiro. Um trabalho conhecido esporadicamente, com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Alceu Valença surgiu de forma totalmente diversa. Era a vez de Zé Ramalho, de Moraes Moreira, Amelinha, Ednardo e Elba Ramalho.

Foi quando se ouviu com cuidado um disco chamado "Ave de Prata" de uma atriz de teatro - aquela que havia feito de forma tão brilhante a peça A Ópera do Malandro de Chico Buarque, contracenando com Marieta Severo...

Elba trazia em seu timbre os sons do nordeste, e enquanto pode mostrou ao Brasil o que acontecia em seu "paraíso tropical". Cantou o povo nordestino, virou-se para o norte e mostrou a selva amazônica nas canções de Elomar, mostrou a dor da face oculta do país. Foi um grito, foi a dor da seca, a fome imagine se o Nordeste se tornasse independente....

E como sempre acontece quando a mídia decide o que é bom ou não em nossa vida de gado, o Brasil de verdade deixou de interessar - e essa safra de cantores virou-se como pode. Elba se voltou para o forró, para a dança e a alegria tão "turisticamente interessantes" do nordeste. Então os que procuram por diamantes brutos, devem ouvir seus discos com cuidado, porque ela esconde sua dor em meio a folia. E é onde esconde também uma das vozes mais expressivas da Música Popular Brasileira.

Carô Murgel

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