20 de abr. de 2012

Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro)

Vida Oh! Bela, oh! terna, oh! santa Vida É breve, é grande, é tanta Vida Ai, de quem não te canta, oh vida… Diante da vida delirante Ai, de quem, vacilante, Repousa e não ousa viver… Deve passar toda existência Entre o medo e a ansiedade Não quero ter calmaria Eu quero ser tempestade Eu quero ser ventania Eu quero andar pela cidade Me embriagando de poesia Bebendo a claridade Da luz do dia. Diante da vida comovente Ai de quem, tão somente, Reclama e não ama viver… Deve ter feito dentro d’alma Um vasto mar de amargura Não quero ter agonia Eu quero sim, a locura O fogo da fantasia Um precipício de aventura A vida vindo como orgia No ofício da procura De todo dia. Diante do espelho dos seus olhos, ai, de quem não se vê (Não vê seu destino) Eu quero ver meu desatino frente a frente e poder dizer: - Você é quem sempre me dá prazer. Entre você e a calma eu quero ser você, ai!… Diante do abismo do mistério, ai, de quem se esconder (Não vai saber) Eu quero o salto pra vertigem de mim mesmo e poder dizer: - Eu era o caos e o caos eu quero. Eu quero o nada, o germe, eu quero a origem de tanto querer, ai! Diante da vida que é sublime Ai, de quem se reprime, Se ausenta e nem tenta viver… Deve ficar olhando o mundo E lamentando sozinho. Não quero ter letargia Eu quero ser rodamoinho Eu quero ser travessia Eu quero abrir o meu caminho Ser minha própria estrela-guia Virar um passarinho Cantando a vida assim Cantando além de mim E além de além do fim.

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